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DOS FIOS QUE BROTAM AS MEMÓRIAS

EXPOSIÇÃO “DOS FIOS QUE BROTAM AS MEMÓRIAS” [2021]

Início: 3 de maio de 2021.

Término: 12 de junho de 2021.

Local: Galeria de Artes Visuais do Mercado Velho.

Curadoria e Produção Cultural: Mateus Sérvio.

Artistas: Gui Fontineles + Márcia Gomes + Mika + Rosa Prado.

Montagem: Beto Cavalcante + Phillip Marinho + Susi Castellano.

Coordenação Técnica e Pedagógica: Railane Raio.

Design e Assistência de Produção: Alana Santo.

Programa educativo: Anderson Martins + Jamires Martins + Thaysa Ravenna + Yana Tupinambá.

Texto curatorial: 

"Todo fio é tecido de memórias. Memórias de casa, de infância, de afeto, de zelo, de ancestralidade, de identidade. Explorar a matéria têxtil traz inúmeras possibilidades em seu manifestar, (re)lembrar, vestir, movimentar, figurar e junto da construção de narrativas e  discursos. 

Associado até ao século XX às “artes menores” ou “artes aplicadas”, o têxtil na contemporaneidade rompe com os modelos tradicionais configurando-se como um dispositivo que alinhava críticas aos próprios moldes em que se estabeleceu a historiografia da arte, e aos modelos e normas de gênero, etnia, religião, classe etc. Dos fios que brotam as memórias é a urdidura de encontro de quatro artistas visuais contemporâneos que trabalham o têxtil no estado do Piauí. 

Mika investiga em suas obras a busca da ancestralidade por meio de narrativas, sejam elas de memória familiar e/ou de estudos sobre gênero e ancestralidade; rememorar para não esquecer. Guiada pelos seus ancestrais, enraíza suas linhas em colagens sobre tecido que trazem mulheres negras repletas de voz e resiliência, criando mecanismos de estímulo ao empoderamento e resistência. 

Márcia Gomes, cientista social em formação, promove o encontro texto-têxtil, do pensamento com as mãos e da linha com a agulha. Tece narrativas de autoconhecimento e ancestralidade por meio do bordado, estudando questões da posição da mulher negra na sociedade brasileira. As obras de Mika e Márcia têm suas particularidades, mas também muitas semelhanças. Ambas nos lembram de cuidar da nossa ori e manter os pés fincados na aiê.

Gui Fontineles é idealizador da plataforma de pesquisa e criação em costura forguive Gui onde cria figurinos a partir do upcycling e do free crochet com uso de materiais alternativos e recicláveis. Como uma enfant terrible, Gui parte da invenção e de lembranças para criar. A memória como um bicho-coisa-inventada.

Rosa Prado investiga as manualidades do bordado e da costura, em um revisitar destas práticas/estéticas fortemente presentes na cultura popular nordestina. Sua pesquisa perpassa pela memória, o tempo e a ausência. De padrões geométricos à elementos da natureza, Rosa nos transporta ao seu universo mágico particular.

Aqui foi entrelaçada uma linha tênue entre o tradicional e o contemporâneo por meio das mais variadas técnicas e intertextualidades. No costurar de suas criações, cada um com suas poéticas, o caminho destes artistas visuais piauienses é repleto de memórias e é dos fios que elas brotam..." (MATEUS SÉRVIO)

Este projeto foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc Municipal Teresina.

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